segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Poema de sete ninfetas


Quando nasci, um anjo ninfomaníaco,
desses que precisam exageradamente de sexo
disse: Vai nojentinho! Desce e arrasa.

As casas traziam prostíbulos cheios de homens
que correm atrás de mulheres.
Nunca era tarde naquele local, a noite era longa
não se via há muito tempo tanto desejo.

O show começa no cabaré, as moças passam enfileiradas:
moças brancas amarelas azuis rosas cinzas vermelhas de bolinhas verdinhas cor de burro quando foge, sete exatamente.
Quantas mulheres meu Deus, quanto cheiro de cabelos longos, exclama meu coração.
Porém meu instrumento
não exclama nada, só se assanha.

O homem atrás do bigode
é gay e finge ter setecentos filhos espalhados pelo mundo.
Fala pelos cotovelos sobre o novo salão de beleza.
Tem muitas amigas, suas chacretes
o homem atrás da máscara e do bigode

Meu Deus, por que me soltaste aqui
se sabias que eu vim com pouco dinheiro para gastar aqui
se sabias que a carne é fraca.

Mundo mundo pornográfico mundo,
se eu me chamasse Raimundo
teria implorado a morte quando eu nasci, imagina, que nome feio.
Mundo mundo pornográfico mundo
mais pornográfica é minha cabeça.

Eu deveria te dizer
que adorei ter caído neste lugar, onde a lua pouco ilumina
mas esse vinho
me bota vesgo de erotismo que ele me traz, me comove como o diabo.


Inspirado no Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Poema pra você viver mais


Ah.. quando eu puder mexer nas nuvens
Eu darei um nó bem grande na chuva
E vou escrever com gravetos dourados
Seu nome por todo o rio

Ah.. quando eu puder mexer no fogo
Fazer malabarismo com correntes em chamas
Queimar todo o escuro da alma
E ficar só com o que se ama

Ah... quando eu puder burlar as leis da física
Eu vou correr o mundo afora em uma hora
Pra não perder o costume de ter brisa no rosto
Pra não perder o costume de ter vento no outono

Ah... quando eu puder fazer você viver
Eu espalharei toda a minha alegria em raios de sol
Eu darei parte da minha vida pra poder mais tarde te ver lá de cima
Irradiando um brilho imenso de ternura

Ah.. quando eu puder fazer você viver mais
Eu farei um monte de coisas além do que eu quero
Eu terei todo o poder de fazer você viver
Só de lhe fazer ler algumas linhas

Ah.. quando eu puder fazer você viver
Eu quero estar bem perto do céu
Para não perder nenhum detalhe
Daquilo que eu não vejo sempre

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Não se desama dando um mero tchau.


Ser muito mais emoção do que razão. Essa era a escolha da menina de sonhos despertados. Fazê-la e ser feliz, essa era a missão dele. Nada de relações frias ou intimistas. Eles tinham um futuro lindo pela frente, só não sabiam.
Apesar dele achar que ela se aventurava demais, se divertia com intensidade, não era bem assim. Ela se formava infeliz a cada passo falso que ela dava. Ela vivia infeliz depois de tanto quebrar a cara e acertar muito menos do que errava. O que ela aprendia com isso tudo de fato tinha uma grandeza mínima. O resultado disso tudo, foi medo e insegurança. E que menina seria tão interessante a ponto de ser fragilizada com suas aventuras? Por que eles estavam ali e nada os importava mais. O primeiro capítulo sempre foi dedicado à apresentação dos personagens, análise do espaço e do tempo. Quanto a estes personagens, muito diferentes por sinal, já estiveram em outras histórias e estiveram presentes nos sonhos mais indecifráveis e românticos. Parecia ser os mesmos protagonistas de novelas diferentes.
A mesma menina sensível que chorava aos fins de tarde até a noite. O mesmo garoto que aparentemente forte, tentava controlar a situação. Como no fim das novelas, nunca se sabe o fim dos protagonistas de verdade. Eles podem viver 10, 20, 30 anos ou até a eternidade se ninguém os incomodar. Foi ele quem mostrou pra ela que o pra sempre não era assustador quanto parecia. Era simples! E nem ela, nem ele iriam se perder no tempo. Onde quer que eles fossem, eles levariam um ao outro. Quando um deles estivesse em pedaços, o outro também estaria. E eles lutariam até o fim.

Ela: - Eu não irei desistir de você! Feche seus olhos e venha comigo.
Ele: - Você pode cair e eu posso chorar, encoberto de lágrimas, mas ainda sim, eu me recuso deixar essas lágrimas separarem nossas vidas.
Nos corações, um sentimento imenso, que rodava o universo e voltava para os mesmos corações. No peito uma saudade reprimida. Um sangramento que cicatrizava-se todos os dias.
Talvez ela admita que seja possessiva e imatura na maioria das vezes e talvez ele não admita que não suporta isso. Eles precisavam se entender. Eles eram o espelho do outro. Eles tinham em seu poder todos aqueles pensamentos e virtudes e tudo aquilo que dizia respeito ao outro. Eles tinham um destino, um longo caminho.
Magoado, ele anda sem rumo por alguma calçada da cidade. Antes que vire algum boêmio, deve saber que alguém o ama muito. Antes que ele vire boêmio, talvez ela já esteja embedada. Gastaram tantas palavras a toa, trocaram de sutilezas a farpas.
Ele irá sofrer todas as vezes que ela for ciumenta e possessiva. Ela irá sofrer sempre que ele tiver um conselho novo, mostrando um caminho errado. Deixar de amar não é normal. Não era praqueles jovens. Não se desama dando um tchau ou dizendo um "Me esqueça"!
Eles disseram que era pra sempre..
Pois se é pra sempre, eu estou aqui!

sábado, 6 de setembro de 2008

Sóbrio


E eu não sei,
Isso pode partir meu coração ou me salvar.
Nada é real
Até você deixar isso completamente.
Então aqui vou eu com todos meus pensamentos eu fui salvo.
Então aqui vou eu com todos os meus medos pesando em mim.

Três meses e eu continuo sóbrio.
Cortei todas as minhas ervas daninhas para manter as flores.
Mas eu sei isso nunca vai acabar realmente.

E eu não sei.
Eu poderia bater e queimar,
Mas talvez,
No final da estrada eu possa vislumbrar algo de mim.
Então não me apressarei, eu quero fazer direito.
Sem comparação, segunda escolha, não desta vez.

Três meses e eu continuo respirando.
Tem sido uma longa jornada sem aquelas mãos que eu deixei minhas lágrimas mas eu sei.
Isso nunca vai acabar realmente, não.

Acorde!

Três meses e eu continuo aqui.
Três meses e eu estou melhorando.
Três meses e eu continuo existindo.

Três meses e isso está mais difícil agora.
Três meses e eu estou vivendo aqui sem você agora.

Três meses e eu continuo respirando.
Três meses e eu ainda lembro isso.
Três meses e eu acordo.

Três meses e eu continuo sóbrio
Cortei todas as minhas ervas daninhas para manter as flores...

sábado, 23 de agosto de 2008

O que não iria partir, só dependeria deles.


Ele sabia que seria difícil, complicado. Ele sabia que era mais ainda, suicídio ao coração. Ficaria longe de quem ama. Valeria a pena! O que mais enxia os olhos do garoto de brilho era a sensação de que estava frente a frente ao seu bem maior, mas que logo isso seria um obstáculo. Nada seria igual a antes.
Ele iria partir para longe! Tão longe que a visão não alcançava mais. Eles iriam se submeter à uma prova de fogo, tão forte como o inferno. Nada como um dia após o outro!
Ele partiria, na razão, mas ficaria intacto na emoção e coração. Os caminhos ao se cruzar, saberiam que não andariam juntos sempre. Hora de partir!
O mar estava agitado. Uma despedida de lágrimas e de dor. Um pacto de amor eterno!
No cais um abraço apertado e seguro. Talvez a partida não significaria absolutamente nada. Talvez o orgulho seria vencido pelo gostar e a perda seria recompensada com amor, mesmo que em pensamento.
E que coração aguentaria uma viagem longa com direito à tempestades e maresia? Que coração saberia sentir a espera como amor acumulado?
O deles...
Aqueles jovens saberiam enfim ser tudo aquilo que eles pretendiam. Aquilo tudo que deveria ter sido e não foi, se consumava num amor de retardo, um violento misto carnal e amoroso.
No cais, alguém chorava pela partida. No barco, alguém sentia a partida de um jeito confortável, com grandes certezas e o amor no coração.
Embora sozinhos, eles vivem, na certeza do amanhã e que a o reencontro é breve. Eram os 92 dias mais felizes da sua vida. Eles fechariam os olhos e logo o navio desembarcava novamente no cais. Em outro cais, mas enfim, eles teriam novamente a chance de fazer tudo de novo, tudo igual, para que não houvesse decepções. Embora houvesse uma distância grande entre eles, não havia enfim, dúvidas.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

I never thought there'b you...




Uma timidez honrosa, um abraço forte, conversas inteligentes.

(Avaliação do par perfeito, por Joan Madeline)

 Primeiras impressões

A princípio, um garoto super tímido, não tanto como eu esperava. Desceu do ônibus, pegou a bagagem e veio na direção. Quando o vi, fiquei meio sem reação, normal. A verdade é que ali mesmo eu já me encantara por ele. Me tirou da minha posição (nada muito sexy como deveria ser) e me deu um abraço. Garoto grande de um abraço forte. Se impôs de forma inteligente e cativante desde o momento em que pisou na cidade. Simpático e interessante em cada colocação.

 O abraço

O abraço dele é forte. Tão forte que me prende sempre. Suas mãos escorregam pelo corpo de uma maneira que fica impossível de querer se soltar. Seus braços grandes esquentam e acolhem. Seu cheiro, embora sempre um perfume diferente, é muito bom. Porém, com ele, é impossível de ser pronunciada a frase: "Um perfume que eu jamais esquecerei!"

 O sorriso

Um sorriso lindo, de amor. As gargalhadas não passavam despercebidas. Seu sorriso possui luz própria e irradia o dia todo. Sua língua parecia gostar de passear pelo corpo e por onde quisesse ir. Sua boca e dentes, todos muito fortes pareciam em conjunto com a língua formar o que só eu tive (e algumas outras mais ¬¬).

 O beijo

Um beijo nunca visto antes. Um beijo com amor e tesão, mordidas que saíam rasgando o que quer que fosse. Uma língua enlouquecida que fazia companhia à minha. Um beijo que sabia misturar a doçura com o encantamento, o erótico com o impossível.
O beijo que o faz voar, apesar de só se pensar em perversão naquele momento. O beijo que te faz calar, literalmente.

E que todos um dia possam ter uma pessoa assim, educada, atenciosa e principalmente dedicada. Alguém com quem eu passaria 25 horas do meu dia e ainda faria pedidos de dias mais longos. Os caminhos não estão no mesmo sentido, infelizmente, mas é preciso viver todos os dias como se fosse um dia a menos para o reencontro. Alguém capaz de me fazer enxergar que o sorvete traz más intenções e me fez descobrir que eu posso descascar laranjas.
Foi quem me apresentou lugares importantes do meu corpo e quem eu ensinei que beijos convencionais são chatos. Por hora, posso dizer que nunca esquecerei nada do que passamos e sempre irei querer mais. Todo o tempo do mundo é pouco, acaba depressa, por que é bom. Delicadeza, sensatez, energia, amor, graça, tesão, paixão, carinho, medo e expectativa. Perfeição!

sábado, 19 de julho de 2008

Coração de espuma


Tenho cara de quem brinca com sabão? Definitivamente, para cobrir o ócio de certas coisas, tenho brincado. Muita água e bolhas no espelho, deixando o espelho assim, num momento onde não pode refletir muita coisa. Esfrega, limpa, enxágua, enxuga. Nada muito diferente da rotina de se lavar. Os fones no ouvido servem de distração enquanto aquele local se higieniza. Na testa um suor de esperança. Na mente, um toque de dedicação mesclado com euforia. As mãos lisas e brancas pareciam não ter afinidade nenhuma com a vassoura. Os pés eram os que mais se divertiam no meio disso tudo, pois pareciam estar livres e vivos, escorregando para onde queriam. Hora do enxágue!
Vaso sanitário, armário, paredes, box. Todos recebendo fortes pancadas de água. O chão brilhava como os olhos de quem os via. De repente, a torneira usada para tirar o sabão daquilo tudo entope. Pausa para reformas técnicas. Acidente de percurso. O "fabricante de sabão" precisava parar seu serviço para os reparos. À sua frente uma espelho. Ensaboado por sinal. O garoto era diferente de qualquer um outro, pois conseguia ver além de um espelho que mal refletia. Um espelho ensaboado, que graça tem? Ninguém sabia é que o espelho ensaboado só refletia aquilo que você queria ver. Na brincadeira, e esperando o bom senso da torneira, uns minutinhos brincando no espelho ensaboado. O garoto desenhava o que ele queria e como queria. Flores, caretas e por fim, um coração. Por que um coração?
Algo simbólico, uma atitude bem pensada para demonstrar o amor que ele sentia. Aquele sentimento que alavancava as suas manhãs e que fechava suas noites com felicidade. Insônia, várias vezes levantando de madrugada. Era amor. O que o mundo precisava tanto, o garoto tinha em abundância.
Alguém capaz de fazê-lo crescer pessoalmente e intelectualmente e que dava impulso para começar um novo dia, ao seu lado. O coração simbolizava o amor que ele tinha pelas coisas simples, que se misturavam em medos e ansiedades. Simbolizava ainda o desejo, ainda que às vezes fraternal, que tomava conta da carne do corpo e de estar mais perto de quem o fez desenhar.
Nada de corações vazios, ele devia ser preenchido, ainda que com espumas, afinal, era simbólico.
Um coração que não dizia muita coisa, para quem não ia entender nunca. Um símbolo que faz parte da vida de alguém por alguns meses e que ainda faça por muito mais!
O fim do conto, seria a pia desintupindo e o coração sendo desmanchado. Errado. O fim do conto ninguém pode escrever ou adivinhar, pois ele não tem fim. Pode ser que a água tenha voltado, porém, não apagaria aquele coração fácil. Aquele coração que ainda estava cheio e que poderia passar o resto da sua vida assim, dando-a condução e o sentido preciso...

"All that I am hanging on, all of my world resting on your love."

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eu serei qualquer coisa..


E quando os dias passarem, eu quero estar com você. Eu não deixarei ninguém te machucar, como prova do meu amor. Não que eu precise provar o quanto eu te amo, mas provas repentinas de amor dão vida nova a relação, que não se desgasta facilmente. E quando os dias passarem muito rápido, eu serei capaz de mexer no relógio, para você nunca envelhecer e enrugar-se ou para ter de volta os momentos mais importantes da sua vida. Ao se sentir sozinho, eu serei a brisa insistente em seu rosto; que irá alisar cada parte da sua face, fazendo-o fechar os olhos e pensar em quem tu amas. Não quero que penses somente em mim, não é uma obrigação! Quero deixar-lhe livre para pensar em quem queiras. Se pensares em mim; será somente uma conseqüência de tudo o que eu sou capaz de fazer por ti. E quando as suas manhãs amanhecerem nubladas, eu serei o primeiro raio de sol que você poderá avistar, trazendo-lhe alegria e a prosperidade de um dia melhor e mais iluminado. Ao fim do dia, quando o ócio o prender, eu serei a música que você ouve e farei parte de suas idéias mais malucas. Eu posso ser tudo o que você mais quis e posso ser principalmente a lembrança das coisas que mais te atordoavam no passado, não por opção, mas por conseqüência. E quando você dormir, eu ficarei o observando. Eu estarei no vazio ao teu lado que irá te confortar naquela noite longa e em todas elas, caso venha se repetir. Serei o seu cobertor que irá te proteger das noitas frias. Quando pensar que não há mais jeito e que tudo tem dado errado e está perdido, eu te apresentarei a esperança que todos os dias será capaz de motivar-lhe, para não desistir tão fácil.
Ao receber presentes, serei o pássaro da árvore mais próxima a voar por perto, querendo eu ser o presente que recebes, só para te ver sorrindo. Por tudo que eu sonhei um dia; seria seu alicerce e não o deixaria cair em qualquer que fosse a situação, e irei te erguer nos seus momentos mais difíceis. Serei sua auto-confiança que tem estado em falta e seu momento de lazer.
E por fim, quando estiver triste, serei a sua lágrima de desabafo que escorrerá por teu rosto e cairá sobre tua roupa. Serei seu alívio e tudo mais que você precisar. Serei capaz de gritar quando você não tiver forças o suficiente.
Serei capaz de ser qualquer coisa por você.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Descrição (do amor) dos sonhos



(Diário de Katharine Stuart. November 2nd, 1930)
Querido diário, não foi a primeira vez que aquilo acontecia. O menino de poucas paixões estava se descobrindo. Não que ele não soubesse do que era capaz, mas realmente, ele ainda não sabia o que podia provocar em alguém. O protótipo de homem perfeito, que agradaria qualquer mulher. Quem um dia pensou baixo, deixando assim que seu coração, por mais bonito que fosse, deixasse de alcançar os topos mais altos, de acordo com o que ele podia. O que o mundo ainda não sabe é que ele tem um poder incrível de sedução. Não menos incrível que seu caráter e sua boa vontade. Talvez ainda possa se caracterizar unicamente por seu empenho enorme, mas eu estaria mentindo em dizer que ele só é esforço. Na verdade, ele era a imagem mais incomum que ninguém sabia. Ele poderia ser qualquer coisa que quisesse e ainda sim, se modificaria para agradar alguém. Talvez ele não queira ser nenhuma outra pessoa no mundo, a não ser ele. De fato, o mais importante é não perder a essência, essência esta que faz de alguém tudo o que ela poderia ter sido e não foi. Mas ele não! Ele nunca deixou o quase tomar conta. Talvez por isso ela seja tão seguro e tão, mas tão desconfiado. Seus olhos brilham a cada palavra mencionada, de certo, ele fala com a alma. Seu sorriso, por mais preso e mais discreto possível, passa sinceridade. Teve de aprender sozinho todos os sentimentos para depois por em prática. Pobre garoto indeciso e desconfiado! Veio quando o coração cansado não agüentava mais. Ele sabia que podia mudar uma vida, mas não são sabia que podia ser mudado. Sempre esteve por perto, por mais que o perto fosse um pouco longe. Uma prova de que ninguém é igual a todo mundo e que o destino e as surpresas nos tornam mais fortes quando são encarados de frente. Certamente, ele tem uma capacidade incrível de unir os sentimentos e transformar num só, comparando-se à sua incapacidade de fazer duas coisas ao mesmo tempo. É sem dúvidas a melhor pessoa de que se tem notícia. Um homem no corpo de um menino, um anjo na pele humana. Que aquele garoto saiba e aceite que alguém no mundo olha por ele como se olhasse para uma figura indispensável, como de fato, acontece isto. Eu sou apenas alguém que reza baixinho todas as noites, pedindo proteção para a quem eu mais amo nessa vida. Talvez estejamos nessas condições pelo simples fato de que devemos amadurecer um pouco mais. Mas eu hei de te encontrar por esse mundo afora, como eu consegui abrir um pouco o seu coração durão demais. Eu só queria uma chance de poder te mostrar ao mundo, de todo o jeito que eu vejo, com meus olhos apaixonados e dizer que você provoca em mim, coisas que não sei explicar. Mas esteja certo de que todos os dias, sendo na aurora ou no entardecer, você está no meu pensamento, como o que eu mais almejo e como o que eu mais devoro. Não deixarei ninguém te fazer mal, por que seremos cúmplices e seremos o que o outro tem de mais importante. Saberemos a hora de voltar para casa e saberemos enfim a hora de despedirmos. Que essa hora não chegue nunca! E eu irei querer você pra sempre, seremos como mestre e aprendiz. E no fim de tudo, estaremos suficientemente preparados para seguirmos juntos.

Assinado, Katharine.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Capítulo XXI - O início e o fim de Joan Stocks


"Como de costume nas sextas-feira, Joan saía de seu trabalho e não ia direto para sua casa. Joan trabalhava como acompanhante de uma senhorinha já velha, que mal conseguia falar. Dizia frases pela metade e ainda sim, sussurrava. Joan era uma garota dedicada. Era amável com seus pais e principalmente com sua irmã Anny, a qual necessitava muito de seu tempo disponível, por depender muito dos outros, afinal de contas, ela era cega.
Em casa deixava um recado de que iria trabalhar até mais tarde. Joan era uma mulher bonita e atraente, com compridos olhos cor de mel e boca saudável. Saía às 20:00 horas em ponto da porta da casa da senhora e tomava um táxi logo em frente, na rua 13. Ela sempre fazia aquilo. Olhava para todos os lados, observando se não era vigiada. De dia, uma simples acompanhante. A noite, uma explosiva dançarina de um luxuoso cabaré. Não tinha muito tempo, era o instante de sair do táxi e ir se arrumar para mais uma de suas apresentações. Não era a única mulher do show, porém era a mais aplaudida e quem recebia mais convites de programa. Diferentemente dos outros dias, aquela sexta-feira era especial. Era o seu aniversário e não era tão simples assim subir num palco quase despida com luzes de neon. No rosto passava uma maquiagem pesada. Nos olhos, um lápis muito escuro, tão preto como o carvão. Na boca um batom vermelho cereja. Ela estava exageradamente maquiada, só lhe faltava o figurino rebelde daquela noite. Fazia tempo que ela não ficara mais ansiosa com seus figurinos. Havia tempo que ela não sabia mais o que era surpresa. No espelho, um reflexo da mulher modificada, aquela que só aparecia nas sextas. Joan ficava a imaginar o motivo pelo qual fazia aquilo tudo. Ninguém nunca tinha visto alguém chorar lágrimas pretas. Joan viu. Joan viu seu próprio personagem se desmanchar em meio a lágrimas e uma imagem sensual. Aquilo só poderia acontecer com ela. A bela moça dos olhos cor de mel se cansava ali do protótipo de femme fatale! À 10 minutos do show que iria mudar a sua vida, se descabelava como uma louca. Sua maquiagem, completamente borrada, lhe dava agora uma figura medonha, de um ser demoníaco. Ouvindo passos dem direção ao seu camarim, tentou se esconder. Era tarde demais, seu supervisor já lhe apressava. O homem não queria saber da aparência da moça, queria apenas que ela subisse naquele palco e rebolasse como nunca. O aniversário mais infeliz que ela já tentou imaginar. Ainda que estivesse borrada e descabelada, deveria subir ao palco aquela noite.
Num erguer de cortinas, as belas moças apareceram e Joan não se destacava mais naquela noite, não no início do show. A apresentação começou e com ela a invasão da casa noturna por policiais. O braço direito do delegado Ryan era o senhor Stocks. Todos aqueles policiais portavam uma arma e de repente, Joan se vira para eles. Surpresa! Joan conhecia muito bem o senhor Stocks, afinal eram pai e filha. O senhor Stocks não acreditava no que via. Joan se mostrava intacta no palco. Sentindo um imenso remorso e um medo terrível, Joan se despara por trás das cortinas. Tarde mais! O senhor Stocks sacara sua arma e mata sua própria filha. Pobre Joan, vítima de sua própria ambição e ingenuidade. Pobre senhor Stocks, vítima de seu orgulho e falta de compreensão. Uma lágrima caíra do homem e só depois de sentí-la em sua camisa que fez questão de olhar o espaço à sua volta. Fugiram todos com medo daquele ato se repetir. O salão era vazio e ao chão, riachos de sangue. O corpo de Joan estava atirado no chão. Os colegas de trabalho algemam senhor Stocks que é retirado do recinto. Mais um capítulo de um problema urbano comum. Mais um capítulo da vida não valorizada e do desrespeito. Mais um capítulo do cotidiano de uma família que já tinha muitos problemas e só ganhara mais um! Mesmo que se viva anos, a vida ainda é curta para realizar-se por completo. Ou às vezes é muito curta para nossa mente curta."
(Do livro: "O mundo colorido que Anny não podia ver" (Em construção).
Por Éverton Resende)

domingo, 18 de maio de 2008

Quem mandou você passar pelo meu caminho?


Você sabe que eu tentarei ser tudo pra você. Sem você não há mais ninguém. Não há ninguém a ponto de me fazer tremer ou me sentir tão feliz. Quando você está por perto, fica tudo bem. As horas passam mais rápido. Você é tudo de melhor que eu tenho e eu não posso te perder. Não gosto muito de exageros, mas sou completamente exagerado. Se você pudesse sentir tudo aquilo eu sinto, acho que se assustaria. Eu adoro tudo em você. Desde o seu jeito desconcertado de dizer as coisas, até seu jeito maduro de me provar de que você pode ser uma surpresa a cada dia.
Você me impressiona, me equilibra e eu me espelho em você. Tenho todos os desejos possíveis com você. As rosas tem mais um cheiro mais agradável e o meu quarto fica mais vazio e muito maior. Você transforma a minha perversão em emoção e me confunde a cada segundo. Você provoca um mundo de sensações inacordadas e faz com que a vida se renove a toda hora. Eu posso fechar os olhos e te ver. Eu posso esperar por você como nunca esperei ninguém! Você foi capaz de mudar a minha vida! Por isso que eu te quero perto, onde você possa ficar pra sempre, mesmo sabendo que não é o eterno ou o pra sempre que muda alguma coisa. Quero que estejamos juntos, além dos dias e das noites, além do sol, do céu, do mar, além da distância, além de tudo que for possível e impossível. Ninguém além de você pode mudar tudo o que sinto por você. Quem mandou você passar pelo meu caminho? e me ensinar a gostar tanto de você? Quem mandou você passar pelo meu caminho e me ensinar a gostar tanto de você? E eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida..
Por tudo que sabemos, é que eu não sei de nada.
Os corações essa noite estarão em perfeita sintonia e o meu pensamento em você!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cemitério das lembranças


De uma coisa eu estou certo, os sorrisos estão muito mais amarelados e os abraços frouxos. Os beijos já não demonstram nenhum sinal de afeto se quer e as mãos não seguram mais outras mãos. São esses motivos, grandes por sinal que me fazem pensar numa vida morna, uma vida quase não vivida por medo de tentar. Depois reclamam do garoto que perdeu a doçura e teve logo que virar homem desde muito cedo. Estejam certos de que não foi por opção. Apresento-lhes alguém que pensa muito mais em nele do que em qualquer outra pessoa. Apresento-lhes quem muito mais faz do que fala. Não é uma questão só de bem estar, é uma questão de ética. Saber a hora certa de tudo e não esperar que as coisas caiam do céu. Ser mais egoísta, mais razão do que coração, isso era tudo que ele precisava. Talvez não seja o jeito certo de resolver as coisas, mas talvez seja a primeira forma de tentar mudar alguma coisa. Por sua causa, o garoto mudou. Permita-se novo, o inesgotável, o agito, a sutilidade, o encanto. Eu jamais te desejaria coisas ruins, mas não te desejo o bem, não mais. O passado deve ser enterrado com muito amor, quando faz bem. Meus olhos ardem em chama de lembrar tudo o que poderia ter sido e não foi. Você não é mais forte que nehum pensamento meu. Você não conseguiria falar sobre as chamas que queimaram suas palavras e suas fotos. Quanto as cartas, eu nunca as li. Perda de tempo! Você sabia exatamente o que estava fazendo, já eu...
Não ganhei nenhum troféu por ter sido bonzinho ou um trouxa. Enquanto eu digo apenas que não quero falar em você, você vem cheio de metáforas me apavorar. Nunca, outra vez. Não quero isso de novo! Quero respirar, dormir mais, acreditar nos olhares e nas palavras como eles sempre foram. Eu sei que você tenta ser o melhor, pra você apenas. Pra mim? Não mais. Acabou toda a delícia de ter seus venenos destilados sobre mim. E quando você realmente achar alguém, que sejam muito felizes e que você se lembre de toda a difícil caminhada para se chegar a perfeição. Uma pena, eu nunca estarei mais lá. O sol tem brilhado pouco e as manhãs tem ficado mais tempo nubladas, mas enquanto eu tiver a certeza de que existe o céu e o sol, eu estarei numa mudança constante e terei coragem o bastante para poder trilhar novos rumos e quebrar as barreiras que estão no meu caminho. Eu nunca pensei que existisse você, mas eu nunca pensei que eu poderia viver sem qualquer parte sua. Sem qualquer coisa que me lembra você!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Estou amando anjos em vez disso..



(Melissa McGee, 11:00 PM. Wednesday)
Felizmente, o último anjo apareceu. De anjo, só o rosto doce. Nenhum olhar era tão penetrante quanto aquele. Ninguém foi capaz de transformar uma lágrima num soriso instantâneo. Entreguei meu destino a um anjo. Um anjo meio desconcertado que mal sabe conduzir suas palavras, mas ainda sim, um anjo de cabelos jogados e pele clara. Ele conhece os lugares onde iremos, sabe cada passo meu. Ele me desconcerta, me aflige, me conforta. Me fez descobrir que textos são nossas expressões que mais nos expressamos e que menos as outras pessoas entendem. Me fez ver que alternativo é uma qualidade de tentar ser diferente de todo mundo. Quando me sinto fraca, os pensamentos correm soltos e eu posso pensar cada vez mais que os pensamentos não se esgotam e me fazem sorrir. Ele me fez aprender que é quando estamos distraídos e cansados que o vento e a sorte chegam e mudam toda a direção de nossos sentimentos inexplicáveis. Inexplicável, é tudo que posso dizer a seu respeito. Inesgotável é todo o meu pensamento, é quando o meu pensamento se perde única e exclusivamente em você. São as horas mais gostosas do meu dia turbulento. E mesmo quando a sua asa está quebrada, ele ainda canta e vê o quão bem me faz. Ele nunca se perde, na verdade, ele ainda não se perdeu. Se está a minha procura e tem certeza de que quer me achar, se perca! É se perdendo que sabemos que podemos nos perder com os outros. Para retratar o momento, acredito que não seja preciso muito. Apenas o seu instrumento de trabalho, que capta todos os seus momentos e com esse mesmo instrumento, seremos capazes de retratar os nossos momentos. A lente aponta só para você, porém VOCÊ É CAPAZ de dividir o foco da lente e quem sabe assim, repartir o inimaginado, a coincidência, o perfeito...
E enquanto isso, eu estou amando anjos.
Eu aprendi a amar anjos com todas as suas melancolias e frases de efeito.
A última das mais pedidas. Vai fazer falta, mas tomara que os desejos se realizem, tirando o anjo e a mortal da só vontade. Dando a eles um momento só deles e que assim possam quebrar as barreiras do mundo físico e particular. Possam quebrar as janelas, os vidros, as lentes. E nessa confusão toda, possam dormir tranquilos com um sentimento de que valeu a pena esperar a semana mais pedida.

sábado, 12 de abril de 2008

A mais pedida.



Não que eu queira me esconder atrás de sorrisos falsos e caretas. Não que eu precise disso, estou longe! Mas há quem diga que representar é preciso. Não estou em qualquer lugar de fácil acesso. Um brinde às pessoas que tem corajem de seguir adiante e solucionar mistérios e pulgas atrás da orelhas. Um brinde àquelas pessoas que fazem das mãos instrumentos mortais e são capazes de deslizá-las por todo o corpo, provocando erotismo e satisfação. Me procure onde você ouça canções de ninar, onde os pássaros voam e onde os dias são mais azuis. Me procure na escuridão, atrás das árvores e sombras. Me procure nas luzes da lua onde o vento tem soprado mais forte. Além do mundo real e imaginário, eu estarei te esperando. E que você tenha mãos, e não um instrumento de tortura humana. Que você pense mais e faça mais. Eu estarei te esperando num lugar onde posso ouvir as suaves batidas dos tambores que têm animado os meus dias. A um patamar acima da chaminé, um patamar acima das nuvens, eu estarei te esperando pra te contar segredos que sempre guardei comigo. Me encontro naquele mesmo lugar onde só eu e você sabemos onde está. Pegue a minha mão que eu te ensino a voar. Só cuidado com a queda, pode ser fatal. Quer uma prova? Eu ainda possuo cicatrizes do meu último vôo. Te apresentarei o lugar onde os problemas se dissolvem e derretem como balas açucaradas de morango. E aí sim, você vai me achar. Mas você não irá atrás de mim para descobrir o que tem por trás das caretas e expressões multifacetadas. Você irá atrás mim pelo simples fato de que eu posso te mostrar bem mais que qualquer palhaçadas. Além desse lugar, pode-se ir mais além. Além de nós, pode haver algo. Além da vida, pode haver mais vida e além do infinito, pode ter alguma coisa que se acabe. Não julgue as formas antes de alisá-las. Não se apaixone antes de saber que se perdeu.
Agora, me encontro no lugar onde cada um pode ser o que quiser. Retrata a minha mais engraçada expressão que eu saberei se realmente fotografas bem. ;)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ela não.



Desta vez ela não vai seguir o mesmo caminho. Ela irá passar pelo caminho mais fácil. Ela agora enxerga, seus óculos estão mais regulados e ela já consegue ver com clareza e distinção a cerca de arames farpados. Ela não irá cometer os mesmos erros. Já era hora de alguma coisa acontecer e ela acordar. Ela não irá se privar de nada, muito menos irá sofrer pelo passado. Ela queima as cartas e joga fora seus velhos pertences. O fogo que antes vinha de um sentimento, agora vem pura e exclusivamente de seus olhos. Não um fogo comum, mas um fogo que arde em chamas por toda vez que ela se vê esperançosa e com vontade de mudar.
Desta vez ela não irá quebrar copos ou tomar remédio e ouvir mpusicas depressivas. Ela irá cantar e irá vestir sua melhor roupa. Fará tudo como no habitual, fará direito, viverá. Entre os casos e acasos, ela sempre pretendeu sair viva. Alguém as vezes não se importou em vê-la chorar num canto e partiu sem ao menos dizer adeus.
Alguém que ela confiou e entregou o resto de seus dias. Como uma pérola, ela não irá brilhar menos quando o tempo fecha ou deixará de ir ao passeio pelo simples motivo de estar desacreditada. Ela acredita sim, acredita na vida, acredita no tempo, no amor. Não um amor qualquer, mas um amor próprio. Ainda não é nessa parte que a protagonista vira narcisista, muito pelo contrário. Ela não irá olhar só pra ela e fazer apenas o que ela quer e gosta. Ela vai se olhar e fará realmente o que ela gosta, mas lembrará de todos que deixou pelo caminho, como um sentimento de gratidão por tudo que fez e sentiu. Ela simplismente não baterá mais a porta de casa e sairá correndo. Ela deixará a porta aberta para quando vento assoprar, ele levar uma parte dela pra bem longe. Ela não escreve mais crônicas românticas sem ter um final feliz para a mocinha. Ela não precisa de escrever finais felizes, ela faz seu prórpio final. Ela acredita que cada um desenha o seu futuro e assim, desenhará o melhor jeito de morrer. Ela comerá mais frutas e irá se exercitar mais. Pretende se apaixonar menos vezes e não cair em aventuras repentinas. Talvez ela seria mais feliz se as coisas não tivessem um final marcado para acontecer ou talvez nem começassem direito. Ela não irá mais ler sobre guerras e ouvir Lovy Metal, tais coisas a deixam desiludida. Quando ela menos esperar, irá aparecer alguém feito sob medido para ela (se é que já não aconteceu), alguém que como ela não faz muitas coisas. Alguém que como ela não deixa de fazer mais nada por medo de tentar.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Decepção!


Porque nos decepcionamos com uma pessoa, com um acontecimento, com uma situação, com a vida?

A decepção é um sentimento tão frustante, talvez seja das sensações que mais me entristece, me deita abaixo, me impede de continuar, me bloqeia.

Será que criamos expectativas altas demais? Ou será que as expectativas eram normais, próprias e adequadas, mas a decepção teimosamente nos bate à porta?

Será um problema de ansiedade, de querermos que tanto se realize, que tanto aconteça?

Será que somos exigentes demais, e exigimos dos outros, coisas que nem nós próprios sabemos fazer?

Será que uns são mais atreitos a decepções que outros?

Será que uns, nem percebem a decepção não lhe dando a importância que outros lhe dão?

Será que as decepções só acontecem aos emotivos? Aos frágeis? Aos corajosos? Aos exagerados? Aos idiotas?

E acordar depois de uma decepção?

Acordar para a Vida, acordar para o Dia, pôr os pés fora da cama, levantar o corpo, calçar qualquer coisa para começar a pisar o chão, a terra, olharmo-nos no espelho, olhar uns olhos decepcionados,….

E depois, muitas vezes voltar ao mesmo sítio, ao mesmo local, ver a mesma pessoa, ter de falar com essa pessoa, voltar e reencontar o mesmo ambiente, o mesmo cenário…..

Reagir…. Como se faz para Re Agir? Reagir é voltar a agir! Para voltar a agir, é preciso ter vontade de agir. E o mundo que nos rodeia, exigente, que não tolera a insatisfação, não tolera tristezas, que como uma criança mimada, quer-nos Lindos, Contentes, Sorrizinhos, Arranjados, Elegantes, Perfeitos, e todos nos pedem, “Vá reage, faz qualquer coisa, tens de melhorar! Lá estás tu com o teu péssimismo!…”. E para culminar, lá dizem a frase: “Não percebo, porque ficas assim, não é caso para isso!”. E nós, envolvidos num manto negro de tristeza, de amargos na boca, de nós no estomâgo, de dedos das mãos frios, de joelhos ligeiramente a quebrar, ficamos perplexos a olhar para aquela gente que nos diz “Que não é nada!”. Não é nada???! Mas não percebem, que para nós É TUDO!

Que houve uma derrocada de terras, por cima da nossa boca, que houve uma inundação de líquidos salgados, que nos deixou molhados de suores frios, que o nosso coração saltou, mexeu-se, como se de um sismo se tratasse e nos deixou com taquicárdia, que houve um corte a meio dos nossos pulmões, e os pôs a trabalhar em limites mínimos, que sentimos o sangue a parar nas veias e que fomos invadidos por um vento frio e quente, que levantou todas as areias no ar que nos sufocam e nos cegam? Pois, não vêem isto?Faltam as lágrimas? Ah, as lágrimas, as piegas lágrimas, que comovem os outros…..

Mas olhem, os decepcionados não choram por fora, choram por dentro! Choram, choram, choram, até ficar secos, como um solo africano, seco, ressequido, morto….

Deixem-nos enterrar uma decepção, como se de um corpo morto se tratasse, deixem-nos enviuvar, chorar aquilo que nunca acontecerá, que nunca iremos possuir, deixem-nos cair no chão (não nos levantem, por favor!), de pernas e braços abertos deixem-nos gritar, gritar muito para que saiam os espíritos malígnos que nos envenenam, deixem-nos enlouquecer, perder o juízo, falar sózinhos, deixem-nos sair para a rua de robe e chinelos como um velho senil, deixem-nos estar sós, desgrenhados e sem comer, deixem-nos fugir (não vão à nossa procura, por favor!) e se quisermos deixem-nos morrer.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Tudo que eu sei.



Por tudo que eu sei, você poderia está próximo e todo ar que eu respiro, você poderia sentir. Por tudo que eu sei, você é apenas um pensamento que passa pela minha mente e o que eu não daria para viver esse meu pensamento? Por tudo que eu sei nada mudou. Nada nunca mudará se eu não deixar esse lugar. Por tudo que eu sei, você está esperando para eu suspirar seu nome. O que eu não daria para beijar sua doce face novamente? Por que tudo que eu sei é que eu preciso de você aqui e tudo que eu tenho, eu daria para eu poder guardar essas lágrimas. Tudo que eu sinto, eu tentei tanto não sentir. Está me matando! Por tudo que eu sei, você me esqueceu. Por tudo que eu sei, você está diferente, completamente e tudo que nós tivemos nunca foi o que eu pensava. Mas por tudo que eu sei, era amor. Por que tudo que eu sei é que eu preciso de você aqui e tudo que eu tenho, eu daria para eu poder guardar essas lágrimas, tudo que eu sinto faz uma revolta constante. Tudo que eu sinto tem saído feito um vulcão, a cada vez vez que você vem. A cada vez que sinto sua falta. Até eu me esquecer e lembrar só de você. Agora todos tem um nome e toda face sempre de algum modo parece a mesma, enxergando todos iguais. Sem você aqui, as coisas ficam diferentes, as pessoas são insensíveis e eu sinto a sua falta, até na troca de olhares. Olhares estes que eu só vi uma vez. E eu sempre me sinto só, especialmente quando chove. E por tudo que eu sei, você talvez não faça o mesmo. Mas como eu queria que fizesse. Queria que sentisse a minha falta. E eu não sabia que eu preciso de tanto você aqui. Tudo que eu tive, eu daria por que eu ainda tinha medo de sentir e tudo que eu sinto, tudo que eu tentei tanto não sentir, está me matando.
Por tudo que eu sei..
Eu te amo demais da conta! (L)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Incessantemente...


Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.
O garoto abriu o seu armário. Não tinha nada que ele precisasse ali. Iria sair comente com as roupas do corpo. Iria fugir para tentar recomeçar. Partiria do nada e dessa vez, tentaria se privar das coisas que mais o faziam mal e assim provaria que não dependeria delas. Resolveu pensar melhor. Abriu uma mala e pegou só o essencial. Com uma lágrima no rosto, lembrava do passado. Ele estava muito triste para poder se lembrar e cada vez mais perto de esquecer. Seus olhos vermelhos não escondiam tamanha tristeza, mas seu olhar também não omitia a vontade de mudar.
Tudo o que foi visto antes, desapareceu, tudo o que ele quis dizer um dia lhe atordoava a mente por não ter conseguido dizer. A sua vida era feito de momentos. Ele esperava algo mais para sua vida, sem ter que se lamentar do tempo perdido. Ele sabia conciliar a luz com as trevas, como o amor e a comodidade. Sabia exatamente o veneno certo para lhe dosar e para dosar quem quer que fosse. Mas ele sabia coisas que tinha aprendido consigo mesmo. Sabia que para chegar em algum lugar, devia limpar aquele rosto de lágrimas e devia seguir o seu coração. Na mala, ele colocava um quadro. No quadro, uma imagem não muito estranha do que já tinha visto, mas por um dia não ter ligado praquele quadro que significava tanta coisa em sua vida hoje, se arrepende. O coração estava confortado. Não como ele queria. Ele havia se apaixonado pela imagem do quadro. Imaginava uma vida dentro daquele quadro. Imaginava sua vida transformada num quadro. Insistiu na maneira correta de resolver as coisas. Não queria ser julgado. Queria ser ele mesmo e queria se apaixonar por quem quiser. Queria ser correspondido. Não existia mágica num mundo tão normal. Não existia coerência ou respeito. Em seu mundo, existia sonho. Ele deu uma última olhada no retrato e motivado, colocou-o em sua mala e saiu para correr o mundo. Ele só iria parar quando encontrasse a pessoa errada para se gostar, pois a partir daí, ele aprenderia muitas coisas para quando achasse a certa.

“Não espere pessoas perfeitas para então se apaixonar” (L)