domingo, 16 de maio de 2010

Tantas outras coisas


Eu quero tanto casar e ter filhos, constituir uma família. Mas antes disso eu quero tantas outras coisas. Eu quero conhecer alguém tão especial e poder passar pelo simples fato de me apaixonar. Eu quero saber reconhecer o olhar das pessoas e ser puro como as crianças.
Eu quero ser bem sucedido na carreira e ganhar o suficiente para viver bem. Mas antes disso eu quero tantas outras coisas. Eu quero me aperfeiçoar sempre para que eu não entre em choque quando qualquer mudança ocorrer. Eu quero que não somente eu me sinta bem com o serviço que eu faço, mas que eu possa despertar nos outros as gratificações necessárias, reconhecendo-me.
Eu quero tanto poder levar e buscar meus filhos na escola, recebendo sempre aqueles sorrisos singelos todos os dias. Mas antes disso eu quero tantas outras coisas. Eu quero poder educá-los da melhor forma possível e ensiná-los que a confiança e a verdade podem ser a base de um relacionamento. Quero poder conquistar cada um deles e ensiná-los a ter caráter e ética.
Eu quero tanto, mas tanto viver numa cidade grande. Mas antes disso, ah, eu quero tantas, mas tantas outras coisas. Eu quero poder renovar meus laços a cada dia nessa cidade em que vivo, que apesar de pequena, é charmosa e é berço de tantas pessoas importantes para mim. Eu quero que cada uma essas pessoas sinta a minha falta, assim como sentirei delas e que eu possa regressar sempre que meu coração apertar.

Eu quero ser muito feliz, mas antes disso, eu não preciso querer mais nada. Eu só preciso querer e acreditar de que é possível.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Não cumprimente os pinguins!



Um suor frio, quase congelado, que escorre na testa, é quase um sinal de intolerância. Quando o amor bate à sua porta, alegra-te. Quando ele sai, alegra-te mais ainda e sinta-se livre! Sinta o vento bater no seu rosto e não se preocupe com o tempo. Você é pequeno demais, você se estressa demais, você se desgasta demais, você é jovem demais...
Tão jovem para ter rugas de preocupação ou ter problemas de adultos, que enfrentam problemas no fim de 10 anos de casamento. Não vou dançar I gotta feeling o tempo inteiro, mas confesso que estou batendo cabeça a um bom tempo com Bad Romance.
Estou à deriva agora, isso me importa muito! Jesus, eu estou vivo! Não vou cortar meu pulso com uma faca de pão e nem vou ouvir mais as músicas tristes da Marisa Monte. Eu tenho a juventude ao meu favor e sempre espero o melhor. Tenho certeza que o melhor ainda está por vir e não já tinha vindo como eu pensava anteriormente. Vou me jogar no samba e ouvir sertanejo como nunca. Vou andar de moto e oferecer muitas caronas, sem medo dos puxões de orelha da minha consciência. Claro que muita gente ainda não sabe do perigo que é isso, claro.
Eu já desperdicei muita chance boa, já até me isolei pra ficar bem comigo mesmo. Nem arrependido estou. Cresci bastante. Continuo não suportando a indiferença, mas aprendi a devolver toda a indiferença que me tratam.
Suportei muita coisa que muitas outras pessoas não suportariam. Dei o meu melhor, sempre. Aprendi que me conheço o bastante. A parte ruim foi que aprendi também que não conheço os outros.
Mas meu momento Ana Cañas vai durar um pouco. “Procuro a solidão, como o ar procura o chão”! Daqui em diante vou prestar atenção nas pessoas mais próximas. Vou me dedicar a quem realmente se dedica a mim. Fui honesto, sempre e continuarei sendo. Amei muito no passado, mas minha próxima meta agora é me entregar menos. Poder prolongar um pouco as coisas e ter a certeza do outro. Perdoem-me os que já me conhecem, mas eu não mudarei. Não me arrependo de nada. Aos que ainda irão me conhecer, preparem-se para alguém novo. Eu estou sem amor mútuo. Mas sou cheio de amor próprio e isso me levará a encarar tudo com mais facilidade. Eu não matarei meu passado, só deixarei um pano preto em cima dele, assim, sempre que eu quiser me lembrar de algo, ele estará ali, intacto. Obrigado por me fazer sentir vivo!
Aliás, não cumprimente os pingüins, até ter a certeza que eles são o que você sempre pensou que eles fossem. Agora? Eu deixo a neve derreter. Preciso de um pouco de sol para quem sabe, até pegar uma corzinha. Preciso do fogo queimando as minhas veias e preciso da vontade de me levantar todos os dias e acordar feliz!

Eu sobrevivi!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tudo aquilo que me faltava


"Porque nós pertencemos um ao outro agora. Para sempre unidos aqui de alguma forma de novo, você tem um pedaço de mim. E, sinceramente, minha vida seria uma droga sem você!"
(MLWSWY - Kelly Clarkson)

Ele já havia colocado de volta todos os pinguins na geladeira. Todos os imãs em seus devidos lugares. Na geladeira já tinha bastante gelo de novo. Um gelo, quente, adoro. Esse era um ótimo momento de reflexão para ele. Ele estava feliz, de novo. Só lhe restou sentar naquele chão frio e agradecer pela sua vida tão boa e seu amor tão prazeiroso. Ele estava completo de novo. Duas semanas se passaram e era como se fosse o início novamente. Os mesmos frios na barriga, as mesmas borboletinhas no estômago. Ele tinha em mãos tudo o que queria. Ele poderia reparar todos os seus defeitos. Uma segunda chance. Ele sempre amou muito na vida, mas nada comparado ao que ele tinha agora. Era tudo que ele tinha. Era tudo o que ele almejou um dia e não imaginou que pudesse ser desse jeito. Ele já estava cansado de ouvir histórias bonitas de amor. Agora, ele tinha uma de verdade e se orgulhava todos os dias de poder viver isso. Não eram os contos de fada. Era a sua vida. Tudo muito intenso, tudo muito bonito, tudo muito exato. Aquele amor era tão bom pra ele como existir. Hoje ele já aprendeu que aquele amor era como o fogo. Essencial na vida humana, mas caso um dia ele ficasse novamente no escuro, ele saberia melhor lidar com seus medos.
E ele fazia daquele amor seu alicerce. Ele tinha sim o melhor amor do mundo. E não era se tratando só de sentimento, era da pessoa mais espcial da face da Terra. Embora tenha um jeito perfeccionista, tenha um gênero forte e parecer um pouco rude às vezes. Talvez era só impressão. Talvez fosse verdade, mas quem se importava? Sua qualidades eram muito, muito superiores a qualquer coisa que te rotulasse de forma negativa. Ele continuaria com sua política de guardar seu amor numa bolha, só pra ele, pra ninguém mais incomodar. Ele faria do seu amor a sua melhor parte e seu maior bem. Ele definitivamente, teria dias mais coloridos. Tristeza, nunca mais. Ele se concentraria em coisas boas. Ele tentaria sempre fazer o melhor possível, mesmo que o problema não fosse exatamente ele. A campainha toca. Ele aflito, abre a porta. Abre um sorriso do tamanho do mundo, ganha um abraço apertado, que deixa-o sem ar e diz:
- Você é mesmo tudo aquilo que me faltava!

domingo, 20 de setembro de 2009

Doce sonho


"Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade."

(Metade - Oswaldo Montenegro)


Caía a noite e ela ainda não havia chegado. Era sempre assim! Ela só chegava quando eu menos esperava. Eu nem a via. Quando eu me dava conta, estava em seus braços. Cada toque suave de suas mãos com linhas bem definidas, me arrepiava. Cada palavra ao pé do ouvido me fazia querê-la ainda mais. Ela me dilacera com seu sorriso tímido e com seu jeito de me dominar. Ela é chama, fogo ardente, carne, paixão.
Ela conseguia ter todas as qualidades que se procura. Ela é um vulcão.
Me confortava de uma tal forma que era impossível me imaginar longe dela. Eu nunca quis ficar longe dela. Ela nunca se afastou de mim também. Ela sempre soube me entender, teve paciência comigo e principalmente, soube me amar como ninguém. Eu nunca esquecerei essa figura tão real em minha vida. Somente com ela, eu vivo os momentos mais loucos e sensuais que eu poderia ter. Eu devo amá-la e respeitá-la para sempre, por que meu coração é dela e só ela pode me fazer feliz. Ela é tão real quanto meus sonhos.
Eu não posso me esquecer de suas visitas inesperadas e muito menos das esperadas. Era nesses momentos que eu deixava a monotonia e vivia meu grande amor. E sinceramente, eu não sei mais viver sem isso. Eu vivo do amor dela, sei disso. Ela é minha droga que eu quero usar a todo instante. Mas não pense que eu estou viciado, estou somente apaixonado. Eu sou o melhor apaixonado que existe e o melhor homem do mundo. E ela, a melhor coisa do mundo.
E eu acordo novamente. E ela não está mais ali. Eu conto os dias para vê-la de novo, mas ela pode aparecer na noite seguinte, me enchendo de orgulho e de amor. E eu esperançosamente a espero, para viver a vida junto dela, para ser enfim, a pessoa mais feliz do mundo, por completo.

sábado, 13 de junho de 2009

A felicidade sem limite


Num belo dia de janeiro, fui acordado por uma voz grave puxando meu lençol e dizendo: "Nasceu!"
Eu mal conseguia abrir meus olhos e mais mal ainda sabia do que meu pai falava. Levantei-me, enxaguei meu rosto e olhos cheios de remelas e finalmente procurei saber do que se tratava. Eram os cachorrinhos que haviam nascidos. Os pais eram dois Foxsters metidos e mimados que eram tratados com sorvete no calor. Então, eu fui ver os filhotinhos daquela criação. Eram verdadeiras bolinhas que se mexiam. Eles nem tinham abertos os olhos ainda. Ainda não tinham visto esse mundo colorido e medonho. Pelo que se via, eram três filhotes, todos pretinhos e famintos, sugando o leite da mãe. Mas uma olhada mais de perto solucionava o problema. Eram quatro cachorrinhos, um deles estava escondido atrás da mãe. Parecia ser o mais sapeca deles. Era bem branquinho com manchinhas marrons. Ele corria desesperadamente, como se o mundo fosse acabar, mas não tinha equilíbrio nenhum e caía a cada passinho. Os Fox são raça de cachorro bem esperta e pequena. Os cães não passam de 50 centímetros de comprimento.
Então, com todo aquele brilho nos olhos, eu voltei para casa pensando no meu novo amigo. Eu não conseguia dormir pensando naqueles cachorrinhos. Um mais bonitinho e atrapalhado que o outro. O Fox branco com manchinhas marrons mexeu mutio comigo. Eu não conseguia parar de pensar nele um minuto se quer. Contava empolgado dos cachorros que eu vi e como eles eram. Não podia ser outro, se não aquele.
Um mês mais tarde eu completaria 11 anos e era hora de eu ganhar um cachorro de verdade. Um cachorro que eu não tivesse medo e me visse crescer, assim como eu o veria. Até que chegou o grande dia. A família Resende ganharia mais um membro. Quando eu cheguei na casa de seu antigo criador, estava vazia. Nenhum outro animalzinho estava por perto. Só uma caixinha que andava desengonçada. Por debaixo da caixinha estava ele, como ele engordou! Estava uma bolinha e me cheirava compulsivamente. Parecia estar reconhecendo o terreno! Peguei-o no colo e o levantei. Sempre quis fazer igual ao filme do Rei Leão, que até então, era meu ídolo, desde criança. Então ele veio comigo. Chorava muito nas primeiras noites. Aquele cachorro que de dia era um amor, a noite era o desespero da vizinhança. Desde pequeno, Bethoven, ah sim, Bethoven era o nome do cãozinho, que aliás, não era muito inovador, mas eu não gostava de Totó, era muito esperto. Corria muito quando a campainha tocava para ser o primeiro a atender o portão. Parecia um perfeito recepcionista, se não fosse seu temperamento agressivo e confuso. Bethoven nunca gostou de crianças. É sem dúvida alguma, um cachorro meio racista! Eu sempre me lembrarei dos dias em que as orelhas dele começaram a se inclinar. Quando filhote, suas orelhas eram caídas, mas o filhotinho estava crescendo e tomando proporções maiores e as orelhas, estavam eretas. Lembro-me bem em uma de seus banhos, quando ele tomou o remédio de carrapatos inteirinho. Não deixou sobrar nada. Passou 7 dias doente, vomitava muito e ficava cabisbaixo. Eu não queria acreditar que ele não resistiria ao veneno. Mas ele resistiu bravamente. Lutou com toda a vida que tinha para se manter vivo e conseguiu. Tomava regularmente os remédios desintoxicantes e se mostrava muito feliz em estar recuperado.
Ele não espera que eu lhe dê rações caras e algum lugar para dormir. O cãozinho come qualquer coisa, literalmente.
Suas feições de súplica ao pedir comida é indescritível. Sem contar que ele não come nada, ele devora! Bethoven gosta mesmo é de dormir em panos largados pelo chão, principalmente tapetes. Minha mãe não agrada muito da ideia. Desde pequeno ele foi acostumado que não poderia ficar muito tempo no tapete. Quando é pego no flagra, ele se vira de barriga para cima e desarma quem quer que esteja furioso com ele. Sem contar o sofá que, é seu móvel preferido. Ele se arrasta e parece se coçar. Se Bethoven fosse humano, com certeza perderia (ou ganharia!) sua vida toda brincando. Seria o típico palhacinho da turma. Felizmente, ele nasceu para ser livre e se não fosse, seria triste. Bethoven não nasceu para outra coisa a não ser cachorro. Ele não mede seus atos e isso faz dele muito especial. Ele aprendeu a fazer suas necessidades na caixinha e nunca reclamou disso, nem se opôs. Ele se lava no banheiro, com a água parada que ficou no box. Engraçado, pois ele não gosta de banho. Ele faz o que quiser da vida e mal dorme como se alguém fosse chegar a qualquer hora e ele teria o dever de recebê-lo. Ele late de costas, quando está em casa e rosna para mim toda vez que tento pegar sua bolinha, que aliás, eu mesmo dei a ele. Assim como nós o privamos de entrar em nossos quartos, ele nos priva de pegar sua bolinha.
Bethoven é um cão faminto por alegria e por brincadeiras. Ele é faminto por felicidade e faminto pela vida. Tudo o que ele quer é atenção. Tudo o que ele quer é um pouquinho do meu dia. Ele se faz especial só por ser do jeito que é.

Inspirado no romance de GROGAN, John. Marley & eu.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Love (Losing) Story


“E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”
(Vinícius de Moraes)


Eu não me lembro muito bem do que aconteceu. Eu sonhava com aquela moça, sem saber ao menos se ela existia.
Desde pequeno, meus pais sempre me ensinaram a alcançar as coisas que eu queria. Embora existisse coisas muitos difíceis, que não bastava somente querer, acho que eu dei o melhor que eu tinha para todas elas. Algumas eu consegui, outras se foram. Algumas se foram tão depressa, que mal deixaram saudade. Melhor assim..
Sempre fui muito bem tratado por ela. Ela procurava me entender sempre e eu me sentia seguro de compartilhar minha vida com ela. Ela não tinha muitas emoções em sua vida, confesso. Talvez eu fosse a parte mais emocionante do dia dela, quando fazia confissões e ela me escutava atentamente. Eu não olhava em seus olhos, mas sabia que ela sempre estava proposta a me ajudar.
Um belo dia, ela passou a ser meu melhor presente ganho em maio. Meu presente de maio.
Foi no mês de maio que nos acertamos, que nos conhecemos melhor, que ela deixou de ser minha ouvinte, para ser minha vida!
Uns dizem que é sorte, outros dizem que é destino, mas prefiro acreditar que seja amor.
Como um casal, nunca saíamos muito da rotina, apesar de sermos um casal bem excêntrico.
Ela sempre me confortava com suas palavras doces e esteve presente nos momentos mais difíceis da minha vida; Era um anjo, meu anjo em forma de uma figura calma e singela.
Ela soube conduzir meus passos e sempre segurava a minha mão para eu não cair.
Ela não consegue ser definida em nenhuma palavra além de tudo. Seria uma maldade defini-la com palavras menores.
Embora tivéssemos algumas fraquezas, sempre nos acertávamos antes das dez da noite. Pode ser que isso acontecia para que os sonhos ficassem mais agradáveis. Pode ser que um não conseguia viver sem o outro.
Éramos os donos de nós mesmos e nem por isso nos achávamos totalmente responsáveis. Cada um levava consigo um fardo de responsabilidade e proteção sobre o outro.
Foi quando ela mais precisou que eu tive coragem para voltar atrás e dizer: Eu errei!
Ela estava consideravelmente triste comigo. Eu parecia distante e em alguns momentos apresentava um certo descaso com ela, deixando-a muito preocupada, triste e irritada. Sempre fiz um tipo mais orgulhoso e que quando o assunto é delicado, eu prefiro não falar no assunto.
Eu confesso que passei alguns dias magoado com ela. Eu não queria a prender a mim, embora eu gostasse muito que ela fosse só minha. Por querer tê-la só para mim e não ter conseguido sempre, saí afobado de casa e marquei um encontro. Cheguei no lugar marcado, ela estava lá, com a insegurança nos olhos que sempre teve e com uma enorme esperança no coração.
Sentei-a do meu lado e comecei a falar. Ela não disse uma palavra até que eu terminasse.
Nunca pensei em perdê-la, até o momento em que eu disse que queria terminar nosso relacionamento por problemas que ela sabia da existência.
Não sei, mas foi uma das piores sensações que eu já tive. Imaginei vê-la partindo, com a cabeça erguida e eu arrasado. Ela procurou me entender como sempre fazia, disse mais algumas palavras que eu quase não prestei atenção, estava em estado de choque. Então ela disse que iria embora e que não conseguiria mais olhar para mim
Vi ela se levantar, arrasada, com lágrimas nos olhos e com o coração partido.
Eu só chorava e lamentava a dor da perda. Ela andou lentamente até a beirada da calçada,, olhou para trás e foi-se. O amor da minha vida estava indo embora e eu não sabia se eu teria uma segunda chance para consertar o que eu (não) fiz.
Eu sei que não suportei vê-la indo embora. Corri ofegante atrás dela, na esperança de ser perdoado, mostrando total arrependimento. Puxei o seu braço e parei-a na minha frente. Na verdade, eu nunca quis vê-la sem mim. Eu não me imagino sem ela. Ajoelhei-me, me despi de toda vergonha que eu tenho, de todo o orgulho que eu tenho e a pedi em namoro de novo. De repente sua face ganhou cor, seu sorriso ficou brilhante como uma luz bem clara. Seus olhos então se molharam de lágrimas e felicidade. Ela me aceitara de volta, para nunca mais nos separarmos. A partir daquele dia, eu aprendi que não importa o que aconteça, eu devo me apoiar em mim mesmo e ter cabeça fria para resolver as coisas. Eu sou a primeira pessoa que tem obrigação de me realizar. Quando eu estiver devidamente realizado, eu serei realizado por ela. E longe dela, eu suportaria pouco, diminuiria pouco a pouco, seria a cada dia um pouco menor, até que desaparecesse. Eu não sou dependente dela, eu só preciso dela para que possa sorrir de verdade.
E eu poderei escrever nas páginas da minha vida que eu amei de verdade. Amei intensamente. Amo como se fosse morrer amanhã e não perco oportunidade nenhuma de consertar alguma coisa. Nunca é tarde para partir do nada e seguir em frente. Nunca é tarde para recomeçar, nunca é tarde para poder dizer que eu estou permanente entregue a uma pessoa, por que eu quero!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Amor


Até hoje eu me lembro. Olho para trás e ainda consigo ver aquela face angelical, embora pervertida. Aquele sorriso meigo que me imobilizou inúmeras vezes. Aquele olhar triste me pedindo para voltar, ou para ir junto, não sei ao certo, mas tirou todas as minhas forças. E com o meu coração partido e arrasado, eu volto para aquela cadeira que pelo menos confortava o meu corpo e me ponho a chorar. Um choro abafado, quase não percebido, um estado de choque. Eu estava destruído por dentro. Nada poderia me confortar naquele momento se não as lembranças, que não eram poucas. Aquele abraço apertado da chegada me consumia, o beijo saudoso, as mãos bem grudadas, a felicidade nos olhos, o calor do corpo, as risadas, as expressões engraçadas e o sotaque, a proteção ao assistir filme de terror, as noites de amor...
Fatos esses que só me comprovam a razão maior da concessão da vida. Embora seja um amor diferente, devasta o peito e cobre de orgulho o coração. Enche-se de esperança e prospera mais amor, companheirismo e bem mais amor. Hoje, minha visão está mais madura. Vejo os tempos de ‘solidão’ como a construção do meu futuro. Ah! Vai ser um futuro lindo! Vou fugir da monotonia, vou voar bem alto (mesmo sabendo que essa ave que sou não voa, ainda..) e cairei em fofas almofadas de neve, por que é lá que eu quero viver, onde qualquer vento deixa as coisas mais frias e eu quero estar lá para esquenta-las. Até mesmo por que, uma vez um amigo me disse que o tempo resolve a maioria dos problemas. Como o mar, assim como ele leva, sempre traz de volta o que levou, só é preciso tempo. E enquanto o mar não me traz de volta o que me foi levado, eu esperarei. Terei mais ansiedade que paciência. Mais amor do que tudo! E meu amor ficará inteiro, intacto, vermelho e cheio, cheio de carinho. E se eu pensar assim para sempre, haverá o momento em que o amor sufocará a saudade e de menor que ela, ele não tem absolutamente nada. Eu gostaria de ser onipresente, mas estou feliz por meu amor ser onipotente.