segunda-feira, 14 de abril de 2008

Estou amando anjos em vez disso..



(Melissa McGee, 11:00 PM. Wednesday)
Felizmente, o último anjo apareceu. De anjo, só o rosto doce. Nenhum olhar era tão penetrante quanto aquele. Ninguém foi capaz de transformar uma lágrima num soriso instantâneo. Entreguei meu destino a um anjo. Um anjo meio desconcertado que mal sabe conduzir suas palavras, mas ainda sim, um anjo de cabelos jogados e pele clara. Ele conhece os lugares onde iremos, sabe cada passo meu. Ele me desconcerta, me aflige, me conforta. Me fez descobrir que textos são nossas expressões que mais nos expressamos e que menos as outras pessoas entendem. Me fez ver que alternativo é uma qualidade de tentar ser diferente de todo mundo. Quando me sinto fraca, os pensamentos correm soltos e eu posso pensar cada vez mais que os pensamentos não se esgotam e me fazem sorrir. Ele me fez aprender que é quando estamos distraídos e cansados que o vento e a sorte chegam e mudam toda a direção de nossos sentimentos inexplicáveis. Inexplicável, é tudo que posso dizer a seu respeito. Inesgotável é todo o meu pensamento, é quando o meu pensamento se perde única e exclusivamente em você. São as horas mais gostosas do meu dia turbulento. E mesmo quando a sua asa está quebrada, ele ainda canta e vê o quão bem me faz. Ele nunca se perde, na verdade, ele ainda não se perdeu. Se está a minha procura e tem certeza de que quer me achar, se perca! É se perdendo que sabemos que podemos nos perder com os outros. Para retratar o momento, acredito que não seja preciso muito. Apenas o seu instrumento de trabalho, que capta todos os seus momentos e com esse mesmo instrumento, seremos capazes de retratar os nossos momentos. A lente aponta só para você, porém VOCÊ É CAPAZ de dividir o foco da lente e quem sabe assim, repartir o inimaginado, a coincidência, o perfeito...
E enquanto isso, eu estou amando anjos.
Eu aprendi a amar anjos com todas as suas melancolias e frases de efeito.
A última das mais pedidas. Vai fazer falta, mas tomara que os desejos se realizem, tirando o anjo e a mortal da só vontade. Dando a eles um momento só deles e que assim possam quebrar as barreiras do mundo físico e particular. Possam quebrar as janelas, os vidros, as lentes. E nessa confusão toda, possam dormir tranquilos com um sentimento de que valeu a pena esperar a semana mais pedida.

sábado, 12 de abril de 2008

A mais pedida.



Não que eu queira me esconder atrás de sorrisos falsos e caretas. Não que eu precise disso, estou longe! Mas há quem diga que representar é preciso. Não estou em qualquer lugar de fácil acesso. Um brinde às pessoas que tem corajem de seguir adiante e solucionar mistérios e pulgas atrás da orelhas. Um brinde àquelas pessoas que fazem das mãos instrumentos mortais e são capazes de deslizá-las por todo o corpo, provocando erotismo e satisfação. Me procure onde você ouça canções de ninar, onde os pássaros voam e onde os dias são mais azuis. Me procure na escuridão, atrás das árvores e sombras. Me procure nas luzes da lua onde o vento tem soprado mais forte. Além do mundo real e imaginário, eu estarei te esperando. E que você tenha mãos, e não um instrumento de tortura humana. Que você pense mais e faça mais. Eu estarei te esperando num lugar onde posso ouvir as suaves batidas dos tambores que têm animado os meus dias. A um patamar acima da chaminé, um patamar acima das nuvens, eu estarei te esperando pra te contar segredos que sempre guardei comigo. Me encontro naquele mesmo lugar onde só eu e você sabemos onde está. Pegue a minha mão que eu te ensino a voar. Só cuidado com a queda, pode ser fatal. Quer uma prova? Eu ainda possuo cicatrizes do meu último vôo. Te apresentarei o lugar onde os problemas se dissolvem e derretem como balas açucaradas de morango. E aí sim, você vai me achar. Mas você não irá atrás de mim para descobrir o que tem por trás das caretas e expressões multifacetadas. Você irá atrás mim pelo simples fato de que eu posso te mostrar bem mais que qualquer palhaçadas. Além desse lugar, pode-se ir mais além. Além de nós, pode haver algo. Além da vida, pode haver mais vida e além do infinito, pode ter alguma coisa que se acabe. Não julgue as formas antes de alisá-las. Não se apaixone antes de saber que se perdeu.
Agora, me encontro no lugar onde cada um pode ser o que quiser. Retrata a minha mais engraçada expressão que eu saberei se realmente fotografas bem. ;)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ela não.



Desta vez ela não vai seguir o mesmo caminho. Ela irá passar pelo caminho mais fácil. Ela agora enxerga, seus óculos estão mais regulados e ela já consegue ver com clareza e distinção a cerca de arames farpados. Ela não irá cometer os mesmos erros. Já era hora de alguma coisa acontecer e ela acordar. Ela não irá se privar de nada, muito menos irá sofrer pelo passado. Ela queima as cartas e joga fora seus velhos pertences. O fogo que antes vinha de um sentimento, agora vem pura e exclusivamente de seus olhos. Não um fogo comum, mas um fogo que arde em chamas por toda vez que ela se vê esperançosa e com vontade de mudar.
Desta vez ela não irá quebrar copos ou tomar remédio e ouvir mpusicas depressivas. Ela irá cantar e irá vestir sua melhor roupa. Fará tudo como no habitual, fará direito, viverá. Entre os casos e acasos, ela sempre pretendeu sair viva. Alguém as vezes não se importou em vê-la chorar num canto e partiu sem ao menos dizer adeus.
Alguém que ela confiou e entregou o resto de seus dias. Como uma pérola, ela não irá brilhar menos quando o tempo fecha ou deixará de ir ao passeio pelo simples motivo de estar desacreditada. Ela acredita sim, acredita na vida, acredita no tempo, no amor. Não um amor qualquer, mas um amor próprio. Ainda não é nessa parte que a protagonista vira narcisista, muito pelo contrário. Ela não irá olhar só pra ela e fazer apenas o que ela quer e gosta. Ela vai se olhar e fará realmente o que ela gosta, mas lembrará de todos que deixou pelo caminho, como um sentimento de gratidão por tudo que fez e sentiu. Ela simplismente não baterá mais a porta de casa e sairá correndo. Ela deixará a porta aberta para quando vento assoprar, ele levar uma parte dela pra bem longe. Ela não escreve mais crônicas românticas sem ter um final feliz para a mocinha. Ela não precisa de escrever finais felizes, ela faz seu prórpio final. Ela acredita que cada um desenha o seu futuro e assim, desenhará o melhor jeito de morrer. Ela comerá mais frutas e irá se exercitar mais. Pretende se apaixonar menos vezes e não cair em aventuras repentinas. Talvez ela seria mais feliz se as coisas não tivessem um final marcado para acontecer ou talvez nem começassem direito. Ela não irá mais ler sobre guerras e ouvir Lovy Metal, tais coisas a deixam desiludida. Quando ela menos esperar, irá aparecer alguém feito sob medido para ela (se é que já não aconteceu), alguém que como ela não faz muitas coisas. Alguém que como ela não deixa de fazer mais nada por medo de tentar.