terça-feira, 20 de novembro de 2007

Lindo desastre.


"Você está sempre indo e vindo, tudo bem! Dessa vez eu já vesti minha armadura e mesmo que nada funcione, eu estarei de pé, de queixo erguido!"
Sempre assim. Quando eu penso que você se foi para sempre, vem me atormentar! Em meus sonhos, nas coisas que eu faço, até nas coisas mais simples. E eu que achava que o mundo estava perdido. A minha certeza agora é de que a gente perde quando não acredita! E mais uma vez, eu estou voando sem asas. Você procura por alguém que esperou a vida toda. Quando você a acha, ou pelo menos, acha que a achou, ela está nos lugares mais estranhos e de difícil acesso. Lugares que você nunca pensou que estariam. O que importa mesmo, é o momento exato quando você acha o que te faz sorrir. Eu sempre quis olhar em seus olhos e poder ver tudo o que sempre tive vontade. Queria ver suas lágrimas rolarem, não por prazer, mas pra saber se realmente um dia você me amou. Que presença é essa que eu sinto todos os dias antes de dormir? Que carinho é esse que eu sempre busquei e só agora tenho conseguido enxergar? A felicidade! Você é feliz? Eu te fiz feliz? O lema é felicidade, alguns a encontram dividindo todas as manhãs, alguns em vidas solitária. Você acha a tal felicidade nas palavras dos outros. Uma simples linha pode te fazer sorrir ou chorar. Se quer ser feliz tem que estar ciente de seus limites. Você é um lindo desastre. Uma mistura perfeita de liberdade, veneno e sentimentos. Eu me afogo em meus sonhos, eu sei. Extremo absurso, eu sei mais ainda! Não posso fazer nada além de chorar a noite naquele travesseiro. Você é mais amaldiçoado quanto parece e mais paraíso do que um coração pode aguentar. Eu queria te salvar. Salvar não é a palavra, mas buscar resume tudo o que eu queria agora! Eu não sei o que você quer, onde você quer chegar. Você é mito e magia, você é pôr do sol. Eu posso ajudá-lo a subir o mais alto que quiser ir. Você é um lindro desastre que aocnteceu em minha vida. Desastre? Acidental? Perfeito!
Eu esperei a vida toda por amor e lógica. Ganhei amor, lógica e alegria histérica! Você se resume nisso, bem mais que isso, coisas que eu não sei contar, ou evito descrever para que você mesmo possa adivinhar. Adivinhações! Tudo o que eu gosto! Gosto de seus jogos. Te tenho bem aqui! E comigo quero que caminhe um longo período, e 'para que você retorne, pra que eu possa te abraçar e te beijar...'!

sábado, 17 de novembro de 2007

Queijo e goiabada.



Era uma um dia nublado. Foram eles para mais um dia de escola. Nunca se viram tão próximos. Ela iria partir. Partir para um lugar distante que iria mudar de vez suas vidas. Partir para fazer de sua vida uma coisa melhor. Talvez sem escolha, mas o que antes eram apenas planos já tinha virado meta. Ela iria deixar saudades. Ele iria sofrer muito com a separação. Lembro-me da vez então de que juraram amizade eterna. E assim passaram os seus dias, planejando a sua amizade eterna, já que amizade eles tinham mesmo. Ninguém nunca tinha visto tamanho carinho entre dois amigos. Resolveram então aproveitar ao máximo os nove meses que ainda passariam juntos. Eram nove meses, três boletins escolares, um ano pela frente. Juntos ele seriam invencíveis e separados seriam saudade. Os telefonemas dessa vez ficariam muito mais caro, já que o tempo quew eles gastariam na linha seria maior. As lições ao telefone seriam intermináveis, não pelo conteúdo da matéria, mas pelas fofocas embutidas entre um exercício e outro. O tempo estava correndo, e estava sendo tudo cronometrado. Não que não existia mais ninguém entre aqueles amigos, pelo contrário, de outros amigos eles estavam rodeados, mas havia uma preferência e todo um contato e uma atenção maior dos dois. Eles estavam começando a se habituar com a vida noturna. É, eles conheceram a balada um pouco antes disso e se faziam de gente grande quando iam juntos a uma. Era mágica!
6:40 da manhã! Ao ir para a escola, seus caminhos eram diferentes, porém, ele fazia questão de subir um morro imenso para buscar sua amiga e irem então para a escola. Ele a esperava na porta do prédio. Sim, espera na porta pois não queria acordar ninguém ou não queria apressá-la. Que garota doce! Ela abria a porta e se despedia com um beijo de sua mãe e seu pai, e pedia uma benção à imagem de Nossa Senhora Aparecida que ficava bem em cima do rack. O garoto ganhava um sorriso tão puro e educado dos pais da garota. A esperança de que o dia seria maravilhoso ficava na mente e no sorriso deles.
Finalmente, a última festa juntos. Era Reveillon, os fogos findavam-se no horizonte e as lágrimas caíam do rosto dele. Chegava o dia em que eles se separariam. A festa foi marcante, foi um misto de alegria com euforia. Ao fim dela, eles finalmente se abraçam e ela diz: "Eu nunca me esquecerei de você!". Envergonhado e sem saber o que fazer ele disse: "Boa sorte!". Seu nervosismo e sua tristeza aparente não lhe permitiram dizer mais nada. Ele se separava ali de alguém que com certeza contribuiu para seu crescimento como pessoa. As tardes não teriam mais sentido, o mel ficaria amargo, as pipocas não teriam mais fondor, o Pierrot ficaria sem a Colombina, o queijo ficaria sem a goiabada. Uma coisa era certa, não era separação, era teste! Um teste de amizade e de saudade, do qual eles saíram intactos dele, pois mais uma vez, sem saber que era impossível, eles foram lá e fizeram. E que a amizade suporta qualquer coisa e distância, sendo amizade.

sábado, 10 de novembro de 2007

Saudade


Ah que saudade, que vontade, que desejo! Que momentos que não voltam a não ser na imaginação. Que saudade daquela menina gordinha que enchia minhas manhãs de alegria com seu sorriso lindo! Das suas dificuldades nas manhãs de 4ª feira com o computador, dos seus presentinhos que mais simples que fossem, eram especiais como ela. Saudade daquela vez em que juramos amizade eterna. E assim passamos os nossos dias planejando nossa amizade eterna. Saudade até mesmo de quando ela explodia e virava outra pessoa, agressiva até! Eu passei um ano todo acreditando em amizade eterna. Passei o ano acreditando que amigos eram únicos, em qualquer circustância e que felizes nós seríamos ao lado dele. A segunda parte é verdade. Não somos felizes sozinhos. Eu também tenho saudade daquele que eu dizia ser meu irmão preto. Daquele que vem caminhando comigo de longa data, desde pequenos. Com ele tem ido a minha flor de cabelos avermelhados. Éramos nós, desde pequenos. Lembro de nossos trabalhos escolares feitos juntos, de nossas festas bem sucedidas, de nosso companheirismo. Pra onde foi todo mundo? Por que se perderam assim? O menino moreno também perdeu. O menino de caras engraçadas. Presença de Anita não lhe fez muito bem e aconselho não contá-lo nada. Isso o assusta! Ah que remorso! Devia ter feito tudo diferente!
Não, não devia ter feito nada diferente. Sempre fui eu mesmo, ele que se foram. Agora, ela também está indo. Ela, a menina espivitada e cheio de sorriso num dia nublado. Ela que assina seu nome e tem dificuldade para escrever palavras corretamente. Meu Deusm não os deixem ir pra sempre, eu ainda tenho esperança de reconquistá-los e trazê-los de volta. Meus amigos, que foi que eu fiz? Eu passo a acreditar que quem ama, quem ama de verdade não nos abandona. Novos amigos estão se vindo, pessoas que eu nunca me aproximei, hoje já conquistaram pedacinhos do meu dia. Obrigado meu Deus, pelos novos! Mas ainda eu sou do tipo conservador e talvez isso me atrapalhe um pouco. Vai doer demais quando eu olhar aquelas fotos, nossos momentos juntos e ver que estamos separados! Por favor, voltem! Eu tenho medo de partir sem poder pelo menos dar mais um abraço em vocês. Me contem seus segreos novamente, compartilhem comigo seus momentos bons. Saudades até das enrrascadas que me meti. Saudade! E quando eu ver aquela estrela no céu brilhando, posso esperar que vocês irão voltar, talvez não na forma que eu quisesse, mas no meu coração.

sábado, 3 de novembro de 2007

O espelho


Foi como sair do coma. Coma? Coma! Um estado de coma que deixava as pessoas à volta angustiados. "Não faça nenhuma besteira!" eram as recomendações. Ele fez! Teve seus sonhos reciclados, pasteurizados e depois restaurados. Foi a fundo para saber até onde ia. Estava deixando o passado para trás como a única forma de progredir. O seu futuro estava se encaminhando. Os fantasmas não lhe assustavam mais e o brilho eterno da tal mente sem lembranças estava intacto! Era uma dor ter que despedir-se assim, mas como todo ser humano precisa de algo para se completar, ele não podia esperar a vida toda por alguém que não se encontrava nos jornais e então decidiu que iria fazer a sua vida voltar ao normal. Que normal? O que era normal pra ele se já conhecia uma série de anormalidades e achava aquilo tudo normal? Ele precisava de coisas incríveis, pessoas incríveis que domassem o seu gênio forte. Ele precisava respirar novos ares. Ares que contaminam a sua própria mente. Ele estava apaixonado, não só pela vida, mas alguma coisa lhe atraía muito alí. Ao se olhar no espelho, viu sua imagem e semelhança. Viu o quão poderia ser gentil e amável, o quão poderia ser dedicado e amigo, o quão poderia ser compreensivo e amado! Era apenas uma imagem refletida e ele já via tudo. Podia ver tudo além daquele vidro que os separava aparentemente. O outro espelho foi guardado no coração, enquanto esse poderia ser levado até onde desse, ou então, pela vida toda, quem sabe? O seu espelho seria o seu fiel companheiro. Só o espelho podia ver além do que as outras pessoas 'normais' não viam. O espelho do garoto era seu contato fechado, onde não saíam o segredo entre os dois. Ao contrário de outros espelhos, ele jurou não deixar seu novo espelho embaçar ou quebrar-se com facilidade. Ele iria cuidar do espelho como se fosse seu único bem. Tarefa árdua, difícil, complicada! Quem iria garantir que atrás daquele espelho não haveria um mundo em que ele iria se apaixonar e talvez não quisesse voltar pra casa? O garoto poderia ser o bem e o mau, ou os dois juntos, mas preferia sempre pela parte mais dífícil, talvez pelo desafio, ou talvez pela derrota, que ao sofrer, seria mais aceita. Esse era o mal do garoto. Pensava sempre na derrota como se tudo fosse derrotas. Tolo! E como num conto de fadas, ele seria atento e fiel a aquele espelho que representava pra ele muito mais do que uma imagem. Narciso? Não, ele percebeu que existem sim, pessoas iguais a ele.