segunda-feira, 11 de maio de 2009

Love (Losing) Story


“E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”
(Vinícius de Moraes)


Eu não me lembro muito bem do que aconteceu. Eu sonhava com aquela moça, sem saber ao menos se ela existia.
Desde pequeno, meus pais sempre me ensinaram a alcançar as coisas que eu queria. Embora existisse coisas muitos difíceis, que não bastava somente querer, acho que eu dei o melhor que eu tinha para todas elas. Algumas eu consegui, outras se foram. Algumas se foram tão depressa, que mal deixaram saudade. Melhor assim..
Sempre fui muito bem tratado por ela. Ela procurava me entender sempre e eu me sentia seguro de compartilhar minha vida com ela. Ela não tinha muitas emoções em sua vida, confesso. Talvez eu fosse a parte mais emocionante do dia dela, quando fazia confissões e ela me escutava atentamente. Eu não olhava em seus olhos, mas sabia que ela sempre estava proposta a me ajudar.
Um belo dia, ela passou a ser meu melhor presente ganho em maio. Meu presente de maio.
Foi no mês de maio que nos acertamos, que nos conhecemos melhor, que ela deixou de ser minha ouvinte, para ser minha vida!
Uns dizem que é sorte, outros dizem que é destino, mas prefiro acreditar que seja amor.
Como um casal, nunca saíamos muito da rotina, apesar de sermos um casal bem excêntrico.
Ela sempre me confortava com suas palavras doces e esteve presente nos momentos mais difíceis da minha vida; Era um anjo, meu anjo em forma de uma figura calma e singela.
Ela soube conduzir meus passos e sempre segurava a minha mão para eu não cair.
Ela não consegue ser definida em nenhuma palavra além de tudo. Seria uma maldade defini-la com palavras menores.
Embora tivéssemos algumas fraquezas, sempre nos acertávamos antes das dez da noite. Pode ser que isso acontecia para que os sonhos ficassem mais agradáveis. Pode ser que um não conseguia viver sem o outro.
Éramos os donos de nós mesmos e nem por isso nos achávamos totalmente responsáveis. Cada um levava consigo um fardo de responsabilidade e proteção sobre o outro.
Foi quando ela mais precisou que eu tive coragem para voltar atrás e dizer: Eu errei!
Ela estava consideravelmente triste comigo. Eu parecia distante e em alguns momentos apresentava um certo descaso com ela, deixando-a muito preocupada, triste e irritada. Sempre fiz um tipo mais orgulhoso e que quando o assunto é delicado, eu prefiro não falar no assunto.
Eu confesso que passei alguns dias magoado com ela. Eu não queria a prender a mim, embora eu gostasse muito que ela fosse só minha. Por querer tê-la só para mim e não ter conseguido sempre, saí afobado de casa e marquei um encontro. Cheguei no lugar marcado, ela estava lá, com a insegurança nos olhos que sempre teve e com uma enorme esperança no coração.
Sentei-a do meu lado e comecei a falar. Ela não disse uma palavra até que eu terminasse.
Nunca pensei em perdê-la, até o momento em que eu disse que queria terminar nosso relacionamento por problemas que ela sabia da existência.
Não sei, mas foi uma das piores sensações que eu já tive. Imaginei vê-la partindo, com a cabeça erguida e eu arrasado. Ela procurou me entender como sempre fazia, disse mais algumas palavras que eu quase não prestei atenção, estava em estado de choque. Então ela disse que iria embora e que não conseguiria mais olhar para mim
Vi ela se levantar, arrasada, com lágrimas nos olhos e com o coração partido.
Eu só chorava e lamentava a dor da perda. Ela andou lentamente até a beirada da calçada,, olhou para trás e foi-se. O amor da minha vida estava indo embora e eu não sabia se eu teria uma segunda chance para consertar o que eu (não) fiz.
Eu sei que não suportei vê-la indo embora. Corri ofegante atrás dela, na esperança de ser perdoado, mostrando total arrependimento. Puxei o seu braço e parei-a na minha frente. Na verdade, eu nunca quis vê-la sem mim. Eu não me imagino sem ela. Ajoelhei-me, me despi de toda vergonha que eu tenho, de todo o orgulho que eu tenho e a pedi em namoro de novo. De repente sua face ganhou cor, seu sorriso ficou brilhante como uma luz bem clara. Seus olhos então se molharam de lágrimas e felicidade. Ela me aceitara de volta, para nunca mais nos separarmos. A partir daquele dia, eu aprendi que não importa o que aconteça, eu devo me apoiar em mim mesmo e ter cabeça fria para resolver as coisas. Eu sou a primeira pessoa que tem obrigação de me realizar. Quando eu estiver devidamente realizado, eu serei realizado por ela. E longe dela, eu suportaria pouco, diminuiria pouco a pouco, seria a cada dia um pouco menor, até que desaparecesse. Eu não sou dependente dela, eu só preciso dela para que possa sorrir de verdade.
E eu poderei escrever nas páginas da minha vida que eu amei de verdade. Amei intensamente. Amo como se fosse morrer amanhã e não perco oportunidade nenhuma de consertar alguma coisa. Nunca é tarde para partir do nada e seguir em frente. Nunca é tarde para recomeçar, nunca é tarde para poder dizer que eu estou permanente entregue a uma pessoa, por que eu quero!

2 comentários:

Álvaro Dyogo disse...

Ai ai ai.

Thiago disse...

Muito bom o blog Veveto.


Mentalizando o que se deseja com fé, sempre se alcança.

Parabéns.


Acompanharei de perto esse blog.


=D