segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Foi como ver o mar pela primeira vez. O menino estava lá, morrendo de vontade de dizer o queria, mas era em vão, ninguém o entendia. Dia sim, outro não, o garoto de olhos tristes ia à beira do lago atirar pedrinhas. Ele bem sabia que era pra aliviar a dor de alguém que ele perdera, ou alguém que nem se quer chegou, mas que ele esperara com a mais pura das virtudes: a paciência. Talvez ele só tenha aprendido isso agora, e só por isso aprendeu também a se 'domar', a cuidar de seus extintos, coisas que só ele tinha conhecimento. Olhando para o rio, viu uma imagem. Era como Narciso, porém o oposto. Ele veio para confundir, pois em vez de apreciar sua própria imagem sozinha, apreciava como a sua imagem ficava bonita acompanhada de coisas que estavam à sua volta. E desde aí, pôde perceber como ele era incompleto, vazio e como precisava das coisas para não se sentir só. Ele queria andar nas estrelas, mas não poderia sozinho. Ele queria ver o sol de perto, mas só em sonho ele conseguiria chegar ao topo do mundo. Ele realmente precisava de algo que pudesse lhe ajudar. Precisava de alguma coisa que lhe fizesse VIVER! Sua mente era um maquinário, cheio de grandes idéias, mas de que adiantava se ele não podia concretizar seus planos?
Certa vez ele perguntou a um pássaro que voava bem perto e sozinho:
- Se me ouves, diga-me, por que sou incompleto?
O pássaro para à sua frente e responde:
- Talvez você ainda não conheça o amor.
O garoto supreso, ouvindo o pássaro falar e retruca:
- Me mostre então, quero ver essa coisa de perto.
O pássaro diz:
- Não, não sou eu que irei mostrar-lhe. É a vida! Com o tempo você aprende tantas coisas e aprende que de sentimentos não entende nada.
O menino olha admirado para o pássaro. A ave prossegue:
- O amor chega de mansinho, como amizade e tão logo explode em uma de suas várias formas. Amor, amor mesmo dizem que só se sente uma vez. Eu só não entendo como dizem EU TE AMO com naturalidade. Um Eu te amo é valioso, imperecível, intocado.

[Interminado por não estar em condições..]

Um comentário:

Vinícius D'Ávila disse...

E eu já estava viciado em seus textos...