sábado, 1 de dezembro de 2007

Chuva de ácido sulfúrico!



E o garoto já não sabia mais o que fazer. Ele confundia o passado e o presente e se tornava egoísta! E ele que pensava que era egoísta, não sabia da metade do egoísmo que o mundo exigia. Um dia alguém descobriu que se apaixonar era uma roubada. Ele só desejou boa sorte! Por vezes o garoto achou que se apaixonar era perda de tempo. Nem sempre! Às vezes é muito legal.
Ai que vida engraçada! Engraçada e idiota! Engraçada, idiota e mesquinha!
O garoto estava numa caverna. Uma caverna muito escura, mas em cada passagem dela, uma luz própria dos habitantes que ali habitavam. Eram almas sozinhas. Almas com luz própria que se renovavam a cada amanhecer. De que adiantava aplicar palavras categóricas? Não tinha mais sentido mais aplicar sua alma em palavras bonitinhas. Ele desejava uma chuva de ácido sulfúrico. Era o ácido mais corrosivo do planeta, e era dele que o garoto precisava. Dupla personalidade? Talvez..
Ele queria ver todas as pessoas se remoendo de dor e queimadas num ácido! Pra que isso? Que tanta dor era essa?
O silêncio o tomava toda vez que ia dizer algo, e ao conseguir dizer nada, não dizia nada produtivo!
A caverna em que ele estava continuava escura e sem muito aspecto de moradia. Ele estava longe daquilo tudo, sua realidade não era essa, mas ele insistia em tentar..
A verdade é que aquele garoto presa naquela caverna era sonhador, uma coisa nunca vista antes. Então ele começou a andar por aquele lugar estranho e grande. Ao passar por um buraco, viu sua vida e m rápidos flashes. Era um resumo de tudo o que tinha ocorrido nos últimos 3 meses de sua vida. Havia uma alma naquele local. Uma alma linda! Aquele que conhece o jogo. O jogo das coisas que são! Era talvez uma alma que iria fazer muita falta em sua vida. Das lições aprendidas, da experiência adquirida, das coisas que nunca fez. Os sonhos que foram desperdiçados por coisas que não nunca estavam ali. Por medo de perder coisas que nunca tiveram! E iria se lembrar sempre das histórias de realizador e fabricante.
Ao passar pelo segundo buraco, viu uma segunda alma. Uma alma corajosa, sem medo de errar. Uma alma que ‘batia’ nele sempre quando precisava. Era uma alma muito diferente das outras, mas se tornava igual a toda vez que agia como uma criança! E assim ele passava o resto de seus dias como sonhador ou o começo deles como fracassado! Quem um dia tentou seguir em frente, encontrou o primeiro obstáculo e morreu naquele local.
Passando por fim na última passagem, encontrou uma alma muito sonhadora. Alguém que tinha seus sonhos muito maiores que ele próprio. Uma alma muito forte e muito fraquinha ao mesmo tempo. Foi essa alma quem deu o primeiro passo além do que pode ir, e nunca desistiu de nada.
Eram almas diferentes que viviam presas naquele local.
Depois de muito pensar, o menino descobriu que prendeu aquelas almas na caverna. Sim! A caverna era imaginária e aquelas pessoas só viraram almas por que quiseram.
E o garoto que um dia achou que conhecia bem aquelas pessoas, na verdade não sabia o que era vida! Não sabia qual era o significado de amor, esperança, alegria e emoção.
Ao se confundir sempre, voltar no passado, seguir um futuro novo, querer viver o presente, e voltar ao passado sempre, desejava do fundo de seu coração uma chuva de ácido sulfúrico. Talvez com essa chuva, as pessoas estariam extintas e com elas o amor e coisas do tipo. Com a chuva e todos mortos, talvez também não existisse alguém que pudesse construir tudo outra vez..

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